domingo, 6 de dezembro de 2009

Segue uma pergunta sem resposta.

Não sei se alguma vez já citei aqui minha paixão pela maneira como Clarice Lispector escreve. Apesar de não concordar com muitos dos sentimentos por ela retrados em seus personagens, a forma pela qual ela os traduz me encanta.
Remexendo entre seus textos encontrei um que nunca havia lido e me encantei, como me é de costume. Não que eu acredite em suas palavras, mas queria compartilha-las com vocês pela gota entre essas palavras que me traduziu, não direi entre as tantas onde eu me encontrei até porque nem mesmo iria fazer muito sentido essas palavras fora de mim. Mas principalmente não as direi porque não quero que vocês encontrem minha vida em nenhum lugar além de mim e isso permite que vocês também se achem entre as palavras mesmo que seja na pausa de uma virgula e no fim do primeiro ponto final. Afinal como também dizia Clarice "Não quero ter a terrivel limitação de quem vive apenas do que é passivel de fazer sentido..." Sendo assim aproveitem...

"É que na falta de jeito de ama-lo e no gosto de persegui- lo, eu também o acossava com o olhar: a tudo que ele dizia eu respondia com um simples olhar direto, do qual ninguém em sã consiencia poderia me acusar. Era um olhar que eu tornanava bem límpido e angélico, muito aberto, como o da candidez olhando o crime. E conseguia sempre o mesmo resultado: com perturbação ele olhava meus olhos. O que me enchia de um poder que me amaldiçoava. E de piedade. O que por sua vez me irritava, irritava-me que ele me obrigasse, uma porcaria de criança, compreende- lo."
Ah e se por causo você está se perguntado qual a pergunta que não possui resposta, te digo que é a unica que você não se fez.
Uma otima semana

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